
A bananeira, quando nova, tem somente duas folhas. Assim que a terceira folha aparece, as duas primeiras a alimentam. Estas respiraram o ar e absorveram os raios solares para que a terceira folha conseguisse abrir-se e crescer. Quando a quarta folha surge, a terceira já se juntou às duas primeiras para nutri-la. Esse processo continua até a bananeira se tornar adulta. Nesse momento, as primeiras folhas começam a murchar, mas a energia delas está acumulada em todas as folhas que cresceram depois. Se observarmos a fundo uma das folhas mais novas, veremos a presença das mais antigas e compreenderemos que estas últimas nunca desapareceram. Observando profundamente, veremos toda a energia dos nossos pais, avós e ancestrais. Se essa energia não estiver acumulada dentro de nós, para onde mais poderá ter ido?
[...] Temos que observar a fundo para ver os esforços das incontáveis gerações passadas. Nós estamos na Terra, respiramos, apreciamos árvores e flores. Ao fazermos isso, vemos também as gerações passadas. Não há como nos separar delas. Acreditarmos que estamos sós ou isolados é uma ilusão que causa muito sofrimento.
Se sofremos como a árvore de cujas raízes fomos cortados é porque perdemos o contato com nossa família e nossas correntes ancestrais. [...] Tudo de que precisamos para nos curar está dentro de nós. É ali que carregamos a vida, o sangue, a experiência, a sabedoria, a felicidade e a tristeza de todos os nossos antepassados. Desfrutamos da saúde e do vigor que eles tiveram. [...] Estabelecendo uma conexão com nossos ancestrais, liberamos grandes reservas de energia e somos capazes de ver seus sorrisos e estilos de vida simples e saudáveis. As qualidades deles também estão em nós, se soubermos como despertá-las.
Thich Nhat Hanh em Ensinamentos sobre o Amor
Postado originalmente em: http://compartilhandopv.blogspot.com/2009_09_01_archive.html
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