Ontem iniciei um curso sobre o Dhammapada, então as próximas postagens terão esse tema como base, mas não ficarei restrito somente a este tema, hoje por exemplo postagem é na verdade sobre superar a ilusão do eu, mas que cita alguns versos do Dhammapada para esta ajuda.
Sobre o Dhammapada:
O Dhammapada é um livro que é um tipo de catecismo no buddhismo, em relação a todas as escolas buddhistas, é o livro mais publicado do mundo, é também um dos primeiros, senão o primeiro livro buddistha a ser publicado em alguma língua ocidental, e é também o livro buddhista publicado em mais línguas.
É um livro composto de versos, são 423 versos. É uma coletânia de passagens inspiradoras que aparencem em outros lugares, são passagens que exemplificam bem o ensinamento do dhamma. Era usado como um resumo da doutrina, também ajudavam os monjes a ensinar. É um livro canônico, aceito então, como refletindo a palavra do Buddha.
Superando a ilusão do eu parte 1:
O que o Buddha descobriu?
Buddhi, em sânscrito, significa o intelecto puro, a mente que está livre da
influência condicionada das emoções, de forma que nela não se constroem observações
nem deduções tendenciosas ou preconceituosas. A mente da maioria das pessoas
funciona com todo tipo de preconceito e perversão, de maneira que todas as suas
percepções e todos os seus pensamentos estão maculados e são condicionados a seguir
padrões pré-estabelecidos. Desse modo, as pessoas nunca aprendem as coisas na sua
verdadeira natureza. O poder e o alcance da mente permanecem limitados e confinados.
Buddha, o Desperto, foi alguém que libertou sua faculdade intelectual de todas
as distorções, levando-a ao maior grau de clareza possível. A partir disso ele conseguiu
desenvolver uma atenção aguçada e um insight penetrante sobre como o corpo e a
mente funcionam juntos. Conforme seu insight se tornava mais profundo, ele ia
discernindo a razão pela qual existem mente, corpo e todos os fenômenos relacionados a
eles. Através desse insight perfeito, o Buddha observou o ciclo completo de causa e
efeito, a lei do kamma (em sânscrito, karma) em relação aos elementos da mente e da
matéria e teve a experiência direta de como essa lei funciona.
O Desperto viu que a infelicidade e o sofrimento experimentados pelos seres têm
suas raízes na própria mente. Cultivando a consciência e obtendo controle sobre os
processos mentais, a pessoa pode alterar, minar e destruir essas causas que provocam o
sofrimento, a tristeza e a frustração. Pode cultivar e desenvolver outras causas,
tornando-as firmemente estabelecidas na mente, o que lhe permite experimentar o fim
gradual de toda tristeza e confusão. Ela vive então num estado de calma e felicidade,
livre de toda dúvida, pesar, ansiedade e outros estados que perturbam seu bem-estar.
O Buddha disse nas primeiras duas estrofes do Dhammapada:
"Os fenômenos são precedidos pela mente,
Governados pela mente, feitos pela mente.
Se alguém age ou fala com a mente impura,
O sofrimento o segue, como a roda da carroça
Segue a pata do boi que a puxa.
Se alguém age ou fala com a mente pura,
A felicidade o segue,
Como sua sombra que nunca o abandona."
Quais são esses fatores mentais, essas fontes de onde surgem o sofrimento, a
confusão e as aflições da vida? O Buddha descobriu que são a ganância e o desejo, a
sede insaciável por objetos de satisfação sensual e a tentativa de encontrar a felicidade
nas coisas do mundo, que são impermanentes. Num nível mais profundo, isso tudo se
deve à falsa noção de um eu ou alma permanente e individual, que experiencia os
objetos do mundo como sendo separados e distintos dele.
Na verdade, essa noção de "eu" é apenas uma sensação ilusória e delusória que,
devido à ignorância, se fixa à consciência como um parasita. Essa idéia equivocada de
"eu" é a razão de continuarmos desejando e ansiando viver e experimentar os objetos do
mundo.
Quando, através do insight penetrante, percebe-se a natureza da noção de um eu
individual e se compreende plenamente que ela é ilusória, gradualmente se reduz o
desejo pelas coisas, o apego a elas, a sede de uma existência egoísta, a ambição de se
impor e reduzem-se as ações que resultam desses fatores, até que eles sejam
definitivamente eliminados da mente. Como expõe outro verso do Dhammapada:
"Pouco a pouco, uma por uma, de momento a momento,
um sábio
remove as suas impurezas
como o ferreiro remove
as impurezas da prata."
Quando a mente está livre dessas fontes e condições das quais brotam tristeza,
dor e inquietação, o que sobra é um estado puro de paz, calma e felicidade sustentado
pela sabedoria e pela compaixão. Tal mente não se abala ou perturba minimamente,
nem se agita ou inquieta com as vicissitudes passageiras da vida.
"Aquele que se voltou para a renúncia,
Se voltou para a mente desapegada,
Enche-se do amor que tudo abarca
E se liberta da ânsia pela vida.
Com a visão mental desobstruída,
Conhecendo a origem dos sentidos,
Sua mente está plenamente libertada.
Quem encontrou a calma no coração
Não mais acumula as ações que praticou,
E nada resta para ele fazer.
Como uma rocha sólida e forte
Não se agita com o vento,
Não mais podem formas visuais, sons,
Aromas, sabores, toques,
Coisas belas e feias
Abalar o iluminado.
Firme é sua mente, sua mente está liberta
Vendo como tudo surge apenas para desaparecer."
"O que quer que vocês pensem, assim vai ser, será sempre algo distinto!” Buda. Buddha, Vipassana, Mindfulness, Budhismo, Budismo, Meditação, Insight, Jhanas, Iluminação, Nirvana, Nibbana, Zen, Tibetano, Terra pura, Theravada, Mahayana, Vajrayana, Nimitta, Abhidhama, Darma, Dama, Siddharta Gautama, Shakyamuni, Renascimento, Kamma, Cinco Obstáculos, Nivarana,Três Jóias, Iddhipada, Cinco Faculdades, Indriya, Bhavana, Samatha, Arahant, Renascimento, Conciência, Mente, Concentração, Virtude.
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