sábado, 9 de outubro de 2010

Para que meditar, Originalidade e Dukka





Em minhas visitas a blogs, colhi estas:

Para quê meditar?
Para quê meditar, ficar sentado sem fazer nada, se há tantas coisas interessantes para fazer?

Mas o que é realmente interessante? Quando fazemos as coisas que nos apetecem não estaremos a agir determinados pelos condicionamentos criados por toda a nossa experiência passada até este momento? Será possível sair deste total determinismo que nos leva a seguir automaticamente os nossos "quereres"? Haverá realmente possibilidade de ser livre?

Poderemos mesmo ao meditar decompor e observar todo o processo mental, deste os impulsos que nos levam a fazer coisas, às consequentes reacções de apego, aversão, e agir sobre este processo, escolhendo o que fazer, ou não fazer?

Quando me forço a ficar sentado sem fazer nada não estarei afinal a investigar a possibilidade de ser realmente livre?

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Originalidade
No mundo académico todos procuram escrever algo que seja original. E então por isso amontoam-se artigos, a maior parte inúteis e sobre problemas particulares, muitos deles inventados.

Mas o que é essencial nestas nossas vidas são coisas muito simples. E esta obsessão pelo original afasta-nos do que é essencial. Será original esta ideia? Pouco me importa.

Quando é que algo que escrevemos é original? Basta que se sinta ou será preciso verificar se já está publicado em alguma revista científica internacional?

Deve ser preciso um estado meditativo muito profundo para verificar que algo é criatividade e não repetição de algo que surgiu em toda a nossa experiência até este momento. Hoje estou-me a rir de mim próprio...

Um poema de Bashô:

“Olhe cuidadosamente

A Nazuna desabrocha

Ao longo da cerca – Ah!”

Repito este para mim muitas vezes. Um dia vou saber o que diz e vai ser um poema original meu.

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Dhukka
De tempos a tempos volto à primeira nobre verdade: dhukka.

Existe sofrimento na existência humana. Estamos sujeitos à dor, envelhecimento, doenças e morte. E podemos tentar ignorar isto com distracções ou procurar viver a vida em pleno, também o sofrimento.

Raramente olho para a televisão, mas ontem à noite olhei para um daqueles programas que mostram como a vida das vedetas de televisão é plena de felicidade. Ficando a olhar para a televisão esquecemos facilmente que a nossa própria existência tem sofrimento. Talvez a solução seja ficar sempre a olhar para a televisão, fugir à vida e um dia morrer sem ter vivido...

Do mesmo modo que nos podemos abrir à dor física e notar cada sensação até que fique apenas a dor deve ser possível notar no corpo o sofrimento mental até que fique só o sofrimento mental. O que quer isto dizer?

Publicado em http://barrazen.blogspot.com/


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