
Um pouco sobre o que se venera no Buddhismo.
Os ocidentais geralmente o confundem com as mais exóticas práticas. Infelizmente, o primeiro contato vem quase sempre através do exotismo. Também alguns orientais ficam surpresos e mesmo amedrontados ao serem informados que a religião dos ocidentais tem como rito principal um festim antropofágico do corpo e do sangue de seu fundador. Não é à toa que o Buddhismo diz que a ignorância é o pior dos inimigos!
Uma forma simples de se ver o que o Buddhismo considera louvável é através do que é chamado de “As Três Jóias”. De forma constante, os buddhistas as louvam e as homenageiam. A primeira Jóia é o Buddha,
Aquele que traz o Caminho de extinção da dor e do sofrimento. Buddhasignifica o Desperto, Aquele que
acordou da ilusão. A segunda Jóia é o Dhamma, que tem vários sentidos. Um deles, é o próprio ensinamento. Dhamma é a doutrina do Despertar. Mas falaremos um pouco mais dele adiante. A terceira Jóia é chamada de
Sangha, a Comunidade daqueles que compreenderam e realizaram o Caminho do Despertar. É o que se poderia chamar de a Comunidade dos Santos. Nestas três estão aquilo que há de mais precioso em um caminho espiritual. Na realidade, todas as grandes religiões têm estas jóias. Um Fundador que realizou completamente aquilo que ensina e traz esta mensagem ao mundo, um Ensinamento de Salvação ou
Despertar, e uma Comunidade de Realizados que dão o exemplo para todos.
Uma outra forma de considerar a veneração é ver mais de perto o significado da palavra Dhamma. Ela tem quatro significados principais. Primeiro - ela significa o Fundamento Último de todas as coisas, a
Natureza essencial de tudo o que existe. Segundo - ela quer dizer as Leis que regem o universo. Terceiro - ela significa os deveres que decorrem destas leis. E quarto - os frutos que vêm do cumprimento destas leis. O
terceiro sentido de Dhamma tem uma importância especial aqui. Quando crescemos espiritualmente, começamos a compreender o que é realmente o mundo, e aí vemos que todos temos deveres a cumprir,
deveres que surgem desta própria compreensão. Não mais saímos pelo mundo reivindicando direitos, mas sim, cumprindo o que devemos cumprir. Neste sentido, podemos dizer que louvar o Dhamma ou o Fundamento Último de todas as coisas, é compreender a Realidade e assumir nossa parcela de responsabilidade diante de todo o universo. Desta forma, louva-se no Buddhismo, através do trabalho, da ação, da contemplação e da compaixão a todos os seres. Algo bem próximo da máxima cristã: “Ora et
Labora”.
COMPREENDENDO MELHOR O ENSINAMENTO DO BUDDHA
(RICARDO SASAKI, © 1995)
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