domingo, 26 de setembro de 2010

Compreendendo Melhor





COMPREENDENDO MELHOR
O ENSINAMENTO DO BUDDHA

O Buddhismo é uma religião ou uma filosofia? Essa é uma pergunta que freqüentemente se escuta. Se por “religião” entendermos um conjunto de dogmas e “verdades” já prontas que devem ser cega e inquestionavelmente observadas e acreditadas, então, o Buddhismo não é uma religião. Ou, se entendermos religião com o um conjunto de rituais, cerimônias e cultos, assim também o Buddhismo não é religião. Por outro lado, se por “filosofia” entendermos a atividade da razão e lógica humanas, ou o estudo do produto desta atividade “racional”, então, ele não é uma filosofia.
O que, então, é o Buddhismo? O Buddhismo é o fruto de uma percepção superior e aprofundada da realidade, percebida e experimentada por sábios do passado, seguida e confirmada por experiência própria por outros sábios que os seguiram, e confirmável também, por experiência própria, por todos aqueles que se disponham a seguir alguns dos caminhos por ele apontados com o genuíno amor pelo saber superior (filo-sofia) e com o sincero anseio
por religar-se consigo mesmo e com o fundamento último de toda a natureza (religião vem do latim religare). Somente neste sentido podemos falar que é uma religião e uma filosofia. A partir disto podemos segui r para a pergunta seguinte: qual o propósito do Buddhismo? Podemos
responder a partir de vários níveis. Falando do objetivo mais alto, podemos dizer que é a Iluminação e a Libertação. Estas duas palavras são como irmãs no Buddhismo. Iluminação é a visão clara da realidade ou de sua essência. É a realidade interior de cada um de nós, como também a realidade externa na medida em que nos relacionamos com ela. Não significa conhecer “tudo” em um sentido quantitativo. Por exemplo, saber o número de galáxias no espaço ou o nome de todos os órgãos e conjuntos musculares do corpo humano, não é “saber” para o Buddhismo, mas mero acúmulo de informações. Interessa, aqui, a qualidade. O que é de fato essencial ou fundamental para a vida, desde a vida cotidiana até as suas dimensões mais profundas. Libertação é se ver livre de todas as amarras do condicionamento. Desde que nascemos, somos condicionados de inúmeras maneiras, tanto positiva quanto negativamente. É preciso nos vermos livres de ambos. Existe algo semelhante no Antigo Testamento: “Não comer da Árvore do Bem e do Mal”. Isto significa se ver livre tanto do Mal, o que é óbvio, quanto do Bem condicionado e rígido, oposto radical do mal. Para ser feliz e viver realmente, o Buddhismo propõe libertar-se da dualidade, libertar-se do apego, do ódio e da ignorância, ou ainda, libertar-se da ditadura do ego. Para isto, é necessário compreender a Natureza das Coisas e as Leis Universais. Esta compreensão leva à adequação a estas leis, que por sua vez leva à paz, e neste sentido podemos dizer que o propósito do Buddhismo é a Paz. Uma paz em todos os níveis: interior, social, ecológico, cósmico e transcendente.

O Que É a Paz?
Experienciar a paz, em seu sentido mais profundo, é a mais importante experiência do ser humano. Quando falamos, entretanto, de experiências religiosas, e principalmente em termos de Oriente, geralmente
pensamos em coisas bem místicas, visões, milagres... Muitas vezes esquecemos que religião é fundamentalmente algo simples, apesar de não ser simplória. Algo simples por que seu propósito e o propósito de todas as religiões legítimas, é fazer uma religação do homem consigo mesmo e com a verdade última. E para esta religação deve haver um desnudamento do homem. Ele precisa retirar os seus véus e ilusões, reencontrar-se com a simplicidade. Talvez seja este o grande aprendizado nos mosteiros
contemplativos: descobrir o ser simples, fazer as mesmas coisas com novos olhos, aprender sobre a riqueza da
pobreza.

COMPREENDENDO MELHOR O ENSINAMENTO DO BUDDHA
(RICARDO SASAKI, © 1995)


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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Uma bela continuação

Parte do excelente texto divulgado essa semana pelo blog da Shanga Virtual
http://sangavirtual.blogspot.com





O budismo usa a palavra “karma”. Carma significa ação – ação enquanto causa e ação enquanto efeito. Quando a ação é uma causa, nós a chamamos de karmaheto. Aquele pensamento, fala ou ato terá um efeito em nossa saúde física e mental e na saúde do mundo. E aquele efeito doce ou amargo, saudável ou doentio, é fruto do nosso carma, fruto do pensamento – karmaphala. Continuamos no futuro através dos efeitos dos nossos pensamentos, palavras e ações.

Pensamento e fala são formas de ação. Quando produzimos um pensamento que está cheio de raiva, medo e desespero, ele tem um efeito imediato em nossa saúde e na saúde do mundo. Pensamentos dolorosos podem ser muito poderosos, afetando nossos corpos, nossas mentes e o mundo. Devemos nos esforçar para não produzir estes tipos de pensamentos com muita freqüência. Se você disse algo que lhe desrespeita, hoje, diga algo diferente e isto transformará tudo. Um pensamento positivo nos trará saúde física e mental, e ajudará o mundo a se curar.

A fala correta, recomendada por Buda, inspira compreensão, alegria, esperança, irmandade. Podemos dizer algo que expresse a nossa amorosidade, a nossa não-discriminação, a nossa disposição de dar assistência. Articular tais palavras nos faz sentir melhor física e mentalmente. Dizer tais palavras muitas vezes ao dia trará cura e transformação para nós, para os outros e para o mundo. Todos se beneficiam.

Buda nos aconselha a Ação Correta porque esta ação terá um efeito em nossa saúde física e mental e também na do mundo. Podemos matar uma pessoa, um animal, uma árvore. Ou podemos proteger uma pessoa, um animal, uma árvore. Temos que nos certificar de que nossas ações estão na direção da Ação Correta. Quando desempenhamos um ato físico que tem o poder de proteger, salvar, apoiar ou aliviar, este ato traz um elemento de cura para nós e para o mundo. Quando você está cheia de compaixão, mesmo que você não aja a sua compaixão gerará mudança. Compaixão, por sua própria natureza, gera ação compassiva.

Pensamentos, palavras e ações criam carma e nós produzimos esta energia do carma a cada instante de nossa vida diária. Todo pensamento, palavra e ação carregam a nossa assinatura. Esta é a sua continuação, e esta nunca se perde. É ingênuo pensar que após a desintegração deste corpo não restará coisa alguma. Quando observamos profundamente, vemos que nada realmente nasce e nada consegue realmente morrer. Nossa verdadeira natureza é a natureza que não nasce e não morre. Quando praticamos meditação conseguimos compreender isto.

Buda falou da impermanência das coisas, e muitos outros pensadores também falaram sobre a impermanência. O filósofo grego do século seis, Heráclito disse que não podemos entrar no mesmo rio duas vezes, porque o rio está constantemente mudando. Nada permanece o mesmo por dois momentos consecutivos. Uma visão que não está baseada na impermanência é uma visão errônea. Quando temos o insight da impermanência, sofremos menos e criamos mais felicidade.

Isto não é apenas filosofia, é a maneira de ser das coisas. Quando você está com raiva do seu amigo e está prestes a argumentar, Buda diria a você: “Feche os olhos. Imagine você e seu amigo daqui a três séculos. Onde vocês dois estarão?” Quando você consegue ver onde vocês dois estarão daqui a três séculos, você compreende que não é inteligente argüir porque a vida é impermanente. Se você conseguir tocar a impermanência, então quando abrir os olhos não mais estará raivoso e a única coisa que faz sentido naquele momento é abrir os braços e abraçar àquela pessoa.

Talvez você concorde intelectualmente que as coisas são impermanentes, mas em sua vida diária, você age como se as coisas fossem permanentes. Impermanência não é uma teoria ou filosofia, é uma prática. Devemos praticar a concentração na impermanência. Olhando para uma flor, você ver que ela é impermanente. Olhando para uma pessoa, você ver que ela é impermanente. O dia inteiro, onde quer que você olhe, o que quer que você escute ou veja, concentre-se naquilo com o insight da impermanência. É a concentração da impermanência que vai lhe salvar, e não a idéia da impermanência. Com consciência plena podemos manter viva a compreensão clara da natureza íntima da impermanência e isto nos protegerá de produzir pensamento errôneo e fala errônea.

Nosso carma, nossas ações nos continuam. Sua manifestação já começou. Nossa vida é uma manifestação do nosso carma, e podemos fazer esta manifestação bela e significativa e ela terá uma influência benéfica sobre outras manifestações tanto agora como no futuro. Se soubermos gerar a energia do amor, da compreensão, compaixão e beleza, poderemos colaborar muito no mundo, influenciando positivamente outras manifestações. Não temos que esperar até os nossos corpos se decomporem para que a nossa continuação comece. Se as manifestações que ocorrem no momento presente forem belas e benignas, as continuações delas também serão belas e benignas.

Quando olhamos dentro dos nossos corpos e consciências, nós vemos que somos um organismo complexo. Existem tantas formas, tantos elementos que podem ser encontrados dentro de nosso corpo e da nossa consciência. Em cada célula podemos ver toda a história da humanidade, da Terra e do cosmos. Cada célula do nosso corpo é capaz de nos fornecer todos os tipos de informações que dizem respeito ao cosmos. Uma única célula pode nos dizer muito sobre nossos ancestrais; não apenas humano, mas também nossos ancestrais animais, vegetais e minerais. Toda vez que damos um passo numa meditação caminhando, estamos nos movendo como um organismo, nós estamos nos movendo como o cosmos, e todos os nossos ancestrais se movem conosco e dão passos conosco. Não só nossos ancestrais, mas nossos filhos e os filhos deles se movem conosco. O um contém o todo. Quando somos capazes de dar um passo cheio de paz e alegria, todos os nossos ancestrais estão simultaneamente dando àquele passo.

Nós sabemos que os nossos pais, os nossos ancestrais e os nossos professores todos aguardam que nós vivamos a vida de modo a proteger o nosso planeta. Temos que permitir aos nossos ancestrais, professores e Buda que ajam em nós. Devemos manter uma conversa contínua com nossos ancestrais espirituais e genéticos, para podermos renovar continuamente o nosso insight e determinação no caminho do serviço, amor e proteção. Nosso tempo, nossa vida é para satisfazer as esperanças que os nossos ancestrais espirituais e consangüíneos e nossos professores têm em nós. Não deveríamos deixar o tempo escapulir sem realizar isto. Viver e praticar deste modo trará muita alegria e nos permitirá transmitir aos nossos filhos e netos as melhores coisas que recebemos dos nossos ancestrais.

(Do livro “The World we Have”, de Thich Nhat Hanh)
(Tradução para o português: Tâm Vân Lang - Maria Goretti Rocha de Oliveira)
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Whorkshop em São Paulo

Comunidade Buddhista Nalanda (http://nalanda.org.br/) informa :





Workshop imperdível em São Paulo com o professor Ricardo Sasaki.
Ricardo Sasaki é professor de Dharma - dhammacariya, Diretor-fundador do centro de Estudos Buddhistas Nalanda e também da CBB. Ricardo pessoalmente é para mim o melhor professor de Dharma. Ministra retiros longos de meditação, em que eu já participei, e recomendo muito.
É neste final de semana em São Paulo, no Brooklin.

Ricardo Escreve no blog dele (http://folhasnocaminho.blogspot.com/) a respeito do Workshop:

"Dentre as oito práticas propostas pelo Buddha em seu famoso Nobre Caminho Óctuplo, a chamada Compreensão Correta é curiosamente a menos abordada. Também traduzida como Visão Correta, essa é a primeira prática a figurar na descrição do Caminho Óctuplo, o que por si só garantiria uma preeminência mas, no entanto, a tendência é considerá-la como uma mera compreensão daquelas doutrinas básicas do Buddhismo. Será mesmo assim? Será que preenchemos esse primeiro requisito meramente lendo livros sobre Buddhismo ou essa compreensão pode envolver outras coisas que geralmente não levamos em consideração? Qual é a noção clássica desse primeiro fator do Caminho Óctuplo e como podemos acrescentar uma nova dimensão em nosso entendimento no topo dessa noção clássica?

Note-se que chamo de "prática" os fatores do caminho óctuplo, o que já indica que esse primeiro fator não consiste simplesmente de uma teoria. Mas será que também nossa noção de "prática" poderia estar contaminada pelo mesmo entendimento ordinário que contamina nossa noção do que seja uma compreensão? E o que dizer da palavra "samma", que pode significar "correto", mas mais precisamente significa "completo"?

Esses são alguns do tópicos que vou apresentar nesse fim de semana em São Paulo. Um dos temas mais fascinantes para mim é como o entendimento que temos do Buddhismo pode ser tão influenciado pela nossa própria cultura, educação moderna e conformação psicológica que pode levar a uma completa inapreensão do que o Buddha quis dizer originariamente. Interpretamos palavras chaves como se o Buddha pensasse da mesma forma que nós e usasse as palavras nos mesmos sentidos com os quais crescemos na cultura ocidental moderna. Você sabe, por exemplo, o que são as noções de estar presente, alma, eu ou realidade na cultura ocidental moderna e no Buddhismo?

Nesse fim de semana, então, além de vermos como que tradicionalmente é visto o primeiro fator do Caminho Óctuplo, vamos poder discutir também todas as más concepções que temos e que pensamos que é o Buddhismo, a questão das adaptações, a ilusão do presencialismo dominante na comunidade buddhista, as noções de via positiva e via negativa, etc.

Enquanto isso será desenvolvido nas tardes do sábado e domingo, nas manhãs vamos focar mais na meditação, tanto em instruções como também no entendimento de certas noções chaves que nos permitam "entender" o que estamos fazendo. Quem estiver passando por São Paulo, apareça!"

Link direto para pagina do Workshop no site oficial Nalanda.
http://nalanda.org.br/agenda/workshop-em-sao-paulo?ref=nf

E já adianto que na próxima semana teremos um Workshop em Curitiba.

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Location:Jaraguá do Sul,Brazil

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Hoje estou postando parte de um livro escrito por Thich Nhath Hanh,
Importante monje Vietnamita, ja indicado ao nobel da paz.
É extenso para um blog, mas vale a pena.





As Três Qualidades do Darma são as chaves de que dispomos para abrir as Três Portas da Liberação - o vazio, a ausência de imagens e a ausência de objetivo. Todas as escolas de budismo aceitam o ensinamento das Três Portas da Liberação. Essas três portas às vezes são chamadas de Três Concentrações. Quando passamos por essas portas, adquirimos concentração e nos libertamos do medo, da confusão e da tristeza.

A Primeira Porta da Liberação é o vazio. O vazio sempre significa vazio de alguma coisa. O copo está vazio de água, e a tigela vazia de sopa. Nós estamos vazios de um eu independente e separado. Não podemos existir sozinhos. Só podemos existir em inter-relação com tudo o mais que existe no cosmos. A prática consiste em incentivar a compreensão do vazio durante todo o tempo. Aonde quer que vamos, entramos em contato com o vazio que existe em tudo. Olhamos para a mesa, o céu azul, o nosso amigo, a montanha, o rio, a raiva e a felicidade, entendendo que tudo isso está vazio de um eu independente e separado. Quando contemplamos essas coisas em profundidade, vemos a natureza interpenetrante e interdependente de tudo o que existe. O vazio não significa, em absoluto, não-existência. Significa Origem Interdependente, Impermanência e Não-eu.

Quando ouvimos falar de vazio, ficamos assustados. Mas depois de praticar por algum tempo, entendemos que as coisas realmente existem, só que de forma diferente do que pensávamos. O vazio é o Caminho do Meio entre a existência e a não-existência. A flor não se toma vazia quando murcha e morre, mas sempre foi vazia em sua essência. Ao olharmos em profundidade, vemos que a flor é composta de elementos não-flor - luz, espaço, nuvens, terra e consciência. Está vazia de um eu independente e separado. No Sutra do Diamante, aprendemos que um ser humano não é independente das outras espécies, e que para proteger os seres humanos é preciso proteger as espécies não-humanas. Se poluirmos o ar, a água, os vegetais e os minerais, estaremos destruindo nós mesmos. Temos que aprender a nos enxergar de outra maneira, vendo a nós mesmos naquelas coisas que sempre pensamos que estivessem fora de nós, e dissolvendo nossas falsas fronteiras.

No Vietnã, dizemos que se um cavalo estiver doente, todos os outros cavalos do estábulo recusam comida. Nossa felicidade e sofrimento são a felicidade e o sofrimento de todos. Quando agimos baseados no não-eu, nossa ações passam a estar em consonância com a realidade, e sabemos o que devemos fazer e não fazer. Quando temos consciência de que estamos todos ligados uns aos outros, adquirimos a Consciência do Vazio. A realidade está muito além de nossas idéias sobre ser e não ser. Dizer que uma flor existe não é exatamente correto, mas dizer que ela não existe também não é verdadeiro. O verdadeiro vazio é chamado de "ser maravilhoso", porque está além da existência e da não-existência.

Quando comemos, devemos praticar a Porta da Liberação chamada de vazio. "Eu sou este alimento. Este alimento sou eu." Um dia, no Canadá, quando eu almoçava com a Sangha, um estudante me olhou e disse: "Estou alimentando você." Ele estava praticando a concentração no vazio. Cada vez que olhamos nosso prato de comida, podemos contemplar a natureza impermanente da comida. Esta é uma prática profunda, porque tem o poder de nos ajudar a enxergar a "Origem Interdependente". Aquele que come e a comida ingerida são, por natureza, vazios. É por isso que a comunicação entre eles é perfeita. Quando praticamos a meditação andando de uma forma relaxada e pacífica, acontece a mesma coisa. Cada passo que damos não é dado apenas para nós, mas para o mundo. Quando olhamos para os outros, vemos sua felicidade e sofrimento ligados a nossa felicidade e sofrimento. "A paz começa em mim mesmo."

Todos aqueles que amamos um dia ficarão doentes e morrerão. Sem praticar a meditação no vazio, quando isto acontecer ficaremos arrasados. A Concentração no Vazio é uma forma de permanecer em contato com a vida como ela é, mas precisa ser praticada, e não apenas falada. Observamos nosso corpo e vemos as causas e condições que o fizeram existir - nossos pais, nosso país, o ar, e até mesmo as gerações futuras. Vamos além do tempo e do espaço, do eu e do meu, e experimentamos a verdadeira libertação. Se só estudarmos o vazio como uma filosofia, ele não será para nós uma Porta da Liberação. O vazio só se torna uma Porta da Liberação quando penetramos nele com profundidade, entendendo a natureza interdependente e o aparecimento conjunto de tudo o que existe.

A Segunda Porta da Liberação é a ausência de imagens. Neste contexto, "imagem" quer dizer uma aparência, ou um objeto de percepção. Quando vemos algo, é porque um sinal ou imagem aparece diante de nós, e é isso que chamamos de lakshana. Se a água, por exemplo, estiver em um recipiente quadrado, sua imagem é a "quadratura" do recipiente. Se estiver em um recipiente redondo, será a "redondeza". Quando abrimos o congelador e tiramos gelo, a imagem recebida é de que a água está sólida. Os químicos chamam a água de "H2O". A neve nas montanhas e o vapor que se eleva da chaleira também são H2O. Se H2O estiver no momento redonda ou quadrada, líquida, gasosa ou sólida, dependerá das circunstâncias. As imagens são instrumentos para nosso uso, mas não são a verdade absoluta. Elas podem nos enganar. O Sutra do Diamante diz: "Onde houver uma imagem, haverá uma ilusão”. As percepções costumam nos dizer tanto sobre quem percebe quanto sobre o objeto percebido. As aparências enganam.

A prática da Concentração na Ausência de Imagens é necessária para que possamos nos libertar. Sem enxergar além das imagens não atingiremos a realidade propriamente dita. Enquanto ficarmos presos às imagens - redondo, quadrado, sólido, líquido, gasoso - continuaremos a sofrer. Nada pode ser descrito em termos de uma imagem apenas. Mas sem imagens nós ficamos ansiosos. Nosso medo e nosso apego se devem a ficarmos presos a imagens. Até entendermos que todas as coisas têm uma natureza desprovida de imagens, continuaremos com medo e sofrendo. Para poder entrar em contato com a H2O, temos que esquecer de imagens tais como quadrado ou redondo, duro ou mole, pesado ou leve, em cima ou embaixo. A água, por si mesma, não é nenhuma dessas coisas. Só quando conseguirmos nos libertar das imagens estaremos aptos a penetrar no âmago da realidade. Enquanto não conseguirmos enxergar o oceano nos céus, continuaremos iludidos pelas imagens.

Um grande alívio advém quando rompemos as barreiras das imagens e atingimos o mundo que está além das imagens, o Nirvana. E onde devemos procurar este mundo sem imagens? Aqui mesmo, no meio do mundo das imagens. Se jogarmos a água fora, não haverá nenhuma forma de ter contato com a essência da água. Contatamos sua essência quando abrimos caminho através das imagens e chegamos à verdadeira natureza da interdependência dos seres. As três fases são a água, a não-água e a verdadeira água. A verdadeira água é a essência da água. O fundamento de sua existência não está sujeito ao nascimento nem à morte. Quando chegarmos a isso, não teremos mais medo de nada.

"Quando chegarmos à ausência das imagens dentro das imagens, encontraremos o Tathagata. Esta é uma frase do Sutra do Diamante. Tathagata significa "a natureza maravilhosa da realidade". Para ver a natureza maravilhosa da água é preciso olhar além das imagens (aparências) da água, e ver que ela é constituída de elementos não-água. Se você achar que a água é apenas água, que não pode ser o sol, a terra ou as flores, estará enganado. Terminará por entender que a água na verdade é o sol, a terra e as flores, e que apenas ao olhar para o sol, a terra e as flores você estará vendo a água. Isto é a "ausência de imagens das imagens". Um jardineiro orgânico que olha para uma casca de banana, folhas moitas ou galhos podres enxerga as flores, frutas e os legumes contidos neles. Ele saberia que as flores, as frutas e o lixo não têm existência independente. Ao aplicar esta compreensão a outras áreas de sua vida, o jardineiro pode atingir o despertar total. (...)

A ausência de imagens não é uma idéia apenas. Ao contemplar nossos filhos, vemos os elementos que os produziram. Eles são como são porque nossa cultura, economia, sociedade e nós mesmos somos do jeito que somos. Não podemos simplesmente culpar nossos filhos quando as coisas dão errado. Muitas causas e condições contribuíram. Quando soubermos transformar a nós mesmos e a sociedade, nossos filhos também se transformarão. Os jovens aprendem a escrever e ler, aprendem matemática, ciências, e outras matérias na escola para ajudá-los a ganhar a vida. Mas poucos currículos escolares ensinam os jovens a viver - como lidar com a raiva, como reconciliar os conflitos, como respirar, sorrir, como transformar as formações interiores. A educação necessita de uma revolução. Precisamos incentivar as escolas a ensinar a seus alunos a arte de viver em paz e harmonia. Não é fácil aprender a ler, escrever, ou resolver problemas matemáticos, mas as crianças conseguem. Aprender a respirar, sorrir e transformar a raiva também pode ser difícil, mas já vi muitos jovens conseguirem. Se ensinarmos às crianças valores adequados, quando elas tiverem apenas doze anos já saberão viver em harmonia com as outras pessoas.

Quando vamos além das imagens, entramos em um mundo onde não há medo nem culpa. Vemos a flor, a água e o nosso filho por um prisma que está além do tempo e do espaço. Sabemos que nossos ancestrais estão presentes dentro de nós, aqui e agora. Constatamos que Buda, Jesus, e todos os outros ancestrais espirituais não morreram. O Buda não pode ficar confinado há 2.600 anos. A flor não está limitada à sua breve manifestação. Tudo se manifesta por meio de imagem. Se ficarmos presos às imagens, sempre teremos medo de perder as manifestações específicas.

Quando um menino de oito anos que vivia em Plum Village morreu de repente, pedi a seu pai que mantivesse a plena consciência da presença do filho no ar que respirava e nas folhas de grama sob seus pés, e ele conseguiu fazer isso. Quando um conhecido professor de meditação vietnamita morreu, seu discípulo escreveu o seguinte poema:

Irmãos de Darma, não se apeguem às imagens.
As montanhas e os rios que nos cercam são nossos professores.

O Sutra do Diamante enumera quatro imagens - o eu, a pessoa, o ser vivo e o período de vida. Ficamos enredados na imagem eu, porque achamos que existem inúmeras coisas que não são eu. Mas quando contemplamos a questão com profundidade, vemos que não existe um eu separado e independente, o que nos liberta da imagem do eu. Entendemos então que para nos protegermos temos que proteger tudo o que não é nós mesmos.

Também ficamos enredados na imagem "pessoa". Separamos os seres humanos dos animais, árvores e pedras, e achamos que os não-humanos - peixes, vacas, plantas, terra, ar e mar - estão lá apenas para serem explorados por nós. As outras espécies também caçam para comer, mas não de uma forma exploratória como nós. Quando olhamos para a nossa espécie, vemos os elementos não-humanos contidos nela, e quando olhamos para os reinos animal, vegetal e mineral, vemos o elemento humano neles. Quando praticamos a Concentração na Ausência de Imagens, sabemos viver em harmonia com todas as espécies.

A terceira imagem é "ser vivo". Achamos que seres conscientes são diferentes de não-conscientes. Mas seres vivos ou sensíveis são feitos de espécies não-vivas ou não-sensíveis. Quando poluímos as espécies chamadas de não-vivas, como o ar ou os rios, estamos poluindo os seres vivos também. Se pensarmos na interdependência dos seres vivos e não-vivos imediatamente pararemos de agir deste modo.

A quarta imagem é "período de vida", que é o período de tempo entre o nascimento e a morte. Nós achamos que só estamos vivos por um período específico de tempo, que teve um começo e terá um fim. Mas ao contemplar profundamente, constatamos que nunca nascemos e nunca morreremos, e nosso medo se dissolve. Com atenção plena, concentração e as Três Qualidades do Darma, podemos abrir a Porta da Liberação que é a ausência de imagens e conquista o maior de todos os alívios.

A Terceira Porta da Liberação é a ausência de objetivo. Não há nada a fazer, nada a realizar, nenhum programa a ser cumprido, nenhuma agenda. Esse é o ensinamento budista sobre os fins últimos do homem. A rosa tem que fazer alguma coisa? Não, o objetivo da rosa é apenas ser uma rosa. Seu objetivo é ser quem você é. Você não precisa sair correndo e se tornar outra pessoa. Você é maravilhoso do jeito que é. Esse ensinamento do Buda permite que a gente se divirta, contemple o céu azul e tudo o mais que é tão bom e refrescante no momento presente.

Não há nenhuma necessidade de inventar objetivos para depois correr atrás deles. Nós já temos tudo o que é necessário, já somos aquilo em que desejamos nos tornar. Somos todos Budas, por isso podemos dar a mão a um outro Buda e praticar a meditação andando. Esse é o ensinamento do Avatamsaka Sutra. Seja você mesmo, a vida é preciosa do jeito que é. Não há necessidade de correr, lutar, carregar fardos nem disputar coisas. Podemos apenas existir. Estar aqui, neste momento, neste lugar, já é uma forma profunda de meditação. A maioria das pessoas não acredita que caminhar sem pressa e despreocupadamente seja o bastante. As pessoas acham que lutar e competir são coisas normais e necessárias. Tente praticar a ausência de objetivos por cinco minutos apenas, e observe como será feliz durante esses cinco minutos.

O Sutra do Coração diz que não há nada para ser atingido. Nós não meditamos para atingir a iluminação, porque a iluminação já está em nós, conseqüentemente não há necessidade de busca-Ia. Não precisamos de propósitos nem de metas. Nossa prática não visa obter uma alta posição. Quando praticamos a ausência de objetivo, entendemos que nada nos falta, que já somos tudo o que queríamos ser. Nessa altura, nossa luta desesperada principia a cessar. Fazemos as pazes com o momento presente, e conseguimos observar a luz do sol entrando pela janela e ouvir o barulho da chuva. Não precisamos mais correr atrás de coisas externas. Podemos usufruir esse momento. As pessoas discutem como chegar ao Nirvana, mas na verdade já estamos lá. A ausência de objetivo e o Nirvana são uma coisa só.

Ao acordar hoje de manhã eu sorri.
Vinte e quatro horas, novinhas em folha, ao meu dispor.
Tenho a firme intenção de viver plenamente cada momento do meu dia,
E olhar para todos os seres com o olhar da compaixão.

Essas vinte e quatro horas são uma dádiva preciosa, que só poderemos usufruir completamente quando tivermos aberto a Terceira Porta da Liberação, que é a ausência de objetivo. Se pensarmos que temos vinte e quatro horas para realizar alguma coisa, o dia de hoje passa a ser um meio para atingir um fim. O momento de cortar madeira ou carregar água é o momento que temos para sermos felizes. Não devemos esperar que essas tarefas estejam terminadas para só então sermos felizes. Ser feliz agora significa não ter metas agora. Se não fizermos isto, andaremos em círculo pelo resto da vida. No momento presente, temos tudo o que necessitamos para fazer desse momento o mais feliz de nossas vidas, mesmo se estivermos com dor de cabeça ou com um resfriado. Não temos que esperar o resfriado acabar para poder ser felizes. Resfriar-se é parte da vida.

Alguém me perguntou: "Você não está preocupado com a situação do mundo?" Eu respirei e respondi: "O mais importante é não permitir que a ansiedade em relação aos acontecimentos mundiais encha o seu coração. Se o coração for preenchido pela ansiedade, você ficará doente, e não poderá ajudar quando for necessário." Existem guerras - grandes e pequenas - em muitos lugares, e isso pode nos tornar ansiosos. A ansiedade é a doença de nosso tempo. Estamos sempre preocupados conosco, com a família, com os amigos, com o trabalho, e também com a situação do mundo. Se permitirmos que a preocupação inunde os nossos corações, mais cedo ou mais tarde ficaremos doentes.

É verdade que existe uma enorme quantidade de sofrimento por este mundo afora, mas o fato de saber disso não significa que estamos paralisados. Se praticarmos a respiração, a caminhada, a meditação e o trabalho com consciência, e fizermos o melhor que pudermos para ajudar os outros, teremos paz no coração. A preocupação não realiza nada. Mesmo se nos preocuparmos dez vezes mais, isso não melhorará em nada a situação do mundo. Na verdade, a ansiedade só faz piorar as coisas. Mesmo sabendo que nada é como gostaríamos que fosse, devemos ficar contentes mesmo assim, porque estamos dando o nosso melhor, e continuaremos a fazer isso. Se não soubermos respirar, sorrir e viver com atenção e profundidade cada momento de nossa vida, nunca poderemos ajudar ninguém. Sou feliz agora. Não me falta nada. Não espero nenhum tipo de felicidade adicional nem condições ideais para poder ser mais feliz ainda. A prática mais importante de todas é ausência de objetivo, em vez de ficar correndo atrás das coisas intensamente.

Aqueles dentre nós que tiveram a sorte de conhecer e praticar a atenção plena têm a responsabilidade de trazer paz e alegria para as suas vidas, mesmo que as condições do corpo, da mente ou do meio ambiente não sejam exatamente as que gostaríamos. Sem felicidade não poderemos ser um refúgio para os outros. Pergunte a si mesmo. O que estou esperando para ser feliz? Por que não fico feliz agora mesmo? Meu único desejo é ajudar vocês todos a entenderem isso. Como podemos inserir a prática da atenção plena na sociedade? Como podemos ajudar o maior número possível de pessoas a ser feliz e a ensinar a arte da atenção plena a outras pessoas? O número de pessoas capazes de gerar violência é muito grande, enquanto que um número muito reduzido sabe respirar e gerar felicidade. Todo novo dia representa mais uma oportunidade para ser feliz e ser um refúgio para os outros.

Não precisamos nos tornar nada além do que já somos. Não precisamos desempenhar nenhuma ação específica. Só precisamos ser felizes no momento presente, e dessa forma estaremos sendo úteis às pessoas que amamos e a toda a sociedade. A ausência de objetivo significa parar e entender que a felicidade está ao nosso alcance. Se for perguntado quanto tempo alguém precisa praticar para ser feliz, eu responderei que essa pessoa pode ser feliz imediatamente. A prática da ausência de objetivo é a prática da liberdade.

Do livro “A Essência dos ensinamentos de Buda” – Thich Nhat Hanh


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terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Zen no Japao

Uma reportagem da rede globo feita no Japão mostra um pouco sobre o Zen Budismo.

O Dedo não é a lua.


Uma tarde Sariputta e Moggallana trouxeram um amigo, o asceta Dighanakha, para conhecer o Buda. Dighanakha era tão conhecido quanto Sanaya. Ele também era tio de Sariputta. Quando soube que seu sobrinho tinha se tornado um discípulo do Buda, ficou curioso para aprender sobre os ensinamentos do Buda. Quando pediu a Sariputta e Moggallana para explicar-lhe os ensinamentos, eles sugeriram que ele se encontrasse diretamente com o Buda.

Dighanakha perguntou, “Mas qual é o seu ensinamento? Se alguém segue o seu ensinamento será capturado por visões estreitas?”

“Meus ensinamentos não são uma doutrina ou uma filosofia. Não é o resultado de um pensamento discursivo ou uma conjectura mental como várias filosofias que debatem se a essência fundamental do universo é fogo, água, terra e vento ou espírito, ou se o universo é finito ou infinito, temporal ou eterno. Pensamento discursivo e conjecturas mentais são como formigas movendo-se lentamente ao redor da borda de uma tigela – nunca vão a lugar nenhum.”

“Meus ensinamentos não são uma filosofia. É o resultado da experiência direta. Você pode confirmá-los pela sua própria experiência. Eu ensino que todas as coisas são impermanentes e sem um eu separado. Isto eu aprendi da minha experiência direta. Você pode também. Eu ensino que todas as coisas dependem de todas as outras para surgir, desenvolver e passar. Nada é criado de uma fonte original e única. Eu experimentei diretamente esta verdade e você também pode. “

“Meu objetivo não é explicar o universo, mas ajudar a guiar outros a ter uma experiência direta da realidade. Palavras não podem descrever a realidade. Apenas a experiência direta nos habilita a ver a verdadeira face da realidade.”

Dighanakha exclamou, “Maravilhoso, maravilhoso, Gautama! Mas o que aconteceria se uma pessoa percebesse seus ensinamentos como um dogma?”

O Buda ficou quieto por um momento e depois acenou com a cabeça. “Dighanakha, isto é uma pergunta muito boa. Meus ensinamentos não são um dogma ou uma doutrina, mas não há dúvidas que algumas pessoas irão tomá-los como tal. Eu devo declarar claramente que meus ensinamentos são como um dedo apontando para a Lua e não a própria Lua. Uma pessoa inteligente faz uso do dedo para ver a Lua. Uma pessoa que apenas olha o dedo e a toma pela Lua, nunca verá a Lua real. “

“Meus ensinamentos são um meio de prática, não algo para se agarrar e adorar. Meus ensinamentos são como uma balsa usada para atravessar o rio. Apenas um tolo carregaria a balsa ao andar pela outra margem depois de tê-la alcançado, de ter alcançado a margem da liberação.”

Dighanakha juntou as palmas de suas mãos. “Por favor, Senhor Buda me mostre como ser liberado de sentimentos dolorosos.”

O Buda disse, “Há três tipos de sentimentos – agradáveis, desagradáveis e neutros. Todos os três tem raiz nas percepções da mente e corpo. Sentimentos surgem e vão embora como qualquer outro fenômeno material ou mental. Eu ensino o método de olhar em profundidade de forma de iluminar a natureza e a origem dos sentimentos, sejam agradáveis, desagradáveis ou neutros. Quando você pode ver a origem de seus sentimentos, entenderá a sua natureza. Verá que sentimentos são impermanentes e gradualmente permanecerá imperturbável pelo seu surgimento e também quando forem embora.”

“Quase todos os sentimentos dolorosos têm sua origem no modo errado de olhar a realidade. Quando você arranca visões errôneas, o sofrimento cessa. Visões errôneas fazem com que as pessoas considerem a impermanência como permanente. Ignorância é a fonte de todo o sofrimento. Praticamos o caminho da consciência de forma a superar a ignorância. A pessoa tem que olhar em profundidade para as coisas de forma a penetrar na sua verdadeira natureza. A pessoa não pode vencer a ignorância através de orações e oferendas.”


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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O poder da meditação.

Hoje estou postando um link que leva a reportagem da ISTOÉ sobre o poder da meditação. Uma reportagem que mostra o que a ciência já descobriu e esta descobrindo a respeito da meditação. Experiêcias mostram excelentes resultados com pacientes portadores das mais diversas doenças, AIDS, Depresão, Insônia, Cancer, Hipertensão, Envelhecimento Precoce, Sistema Imunológico, Problemas do Coração... Aqui no ocidente é fundamental que os cientistas "descubram" esses benefícios, apesar de já ser utilizado por milhões de pessoas a mais de 5000 anos no oriente. Confiram:

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Monjes Novatos

Certa vez dois monjes novatos estavam diante de uma bandeira tremulante e um deles disse: "Veja, a bandeira está tremulando!". Ao que seu companheiro respondeu: "Não, o vento é que a faz tremular!" Ouvindo a conversa, o abade do mosteiro comenta: "Não são a bandeira, nem o vento que estão tremulando, mas sim suas mentes!"

O que observamos não é a natureza em si, mas a natureza exposta ao nosso método de questionamento. Werner Karl Heisenberg


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Location:Jaraguá do Sul,Brazil

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Teste de postagem através do blogpress

Bom dia!
Neste momento estou testando um app adquirido na apple store que me permite postar no blog mesmo de forma mais simples. Também posso preparar o post off line e quando tiver o acesso a rede, ele atualiza o blog de forma automatica. Enviando uma imagem de teste. Não lembro de onde peguei, acho que do blog do Ricardo.







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Location:Jaraguá do Sul,Brazil

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