A pergunta: “O Buddha existe após Sua morte ou não” não é uma nova questão. Ela já havia sido feita ao Buddha.
Quando um grupo de ascetas fez a mesma pergunta a certos discípulos do Buddha, eles não conseguiram obter uma resposta satisfatória. Anuradha, um discípulo, se aproximou do Buddha e contou a Ele sobre a conversa. Considerando a capacidade de entendimento dos questionadores, o Buddha usualmente mantinha o silêncio para tais questões. Nessa ocasião, porém, o Buddha explicou a Anuradha da seguinte forma:
“Ó Anuradha, o que você pensa, a forma (rupa) é permanente ou impermanente?”
“Impermanente, Senhor”.
“O que é impermanente é doloroso ou prazeroso?”
“Doloroso, Senhor”.
“É apropriado considerar o que é impermanente, doloroso e sujeito à mudança como: ‘Isto é meu; isto sou eu, esta é minha alma ou substância permanente?”
“Não é apropriado, Senhor”.
“O sentimento é permanente ou impermanente?”
“Impermanente, Senhor”.
“O que é impermanente é doloroso ou agradável?”
“Doloroso, Senhor”.
“É apropriado considerar o que é impermanente, doloroso e sujeito à mudança como: ‘Isto é meu; isto sou eu, esta é minha alma?”
“Não é apropriado, Senhor”.
“São as percepções, tendências formativas e consciência, permanentes ou impermanentes?”
“Impermanentes, Senhor”.
“O que é impermanente é doloroso ou agradável?”
“Doloroso, Senhor”
“É apropriado considerar o que é impermanente, doloroso e sujeito à mudança como: ‘Isto é meu; isto sou eu, esta é minha alma?”
“Não é apropriado, Senhor”.
“Portanto, qualquer forma, sentimento, percepção, tendências formativas, consciência, que já existiram, existirão e que agora estão conectadas a si mesmo ou a outros, grosseiras ou sutis, inferiores ou superiores, longes ou perto; todas as formas, sentimentos, percepções, tendências formativas e consciência devem ser consideradas pelo conhecimento correto dessa forma: ‘Isto não é meu, isto não sou eu; esta não é minha alma’. Tendo visto assim, um discípulo nobre e instruído se desencanta com a forma, sentimento, percepção, tendências formativas e consciência. Se tornando desencantado, ele controla sua paixão e subsequentemente as descarta”.
“Estando livre da paixão, ele se emancipa e o insight surge nele: ‘Estou emancipado’. Ele compreende: ‘O nascimento foi destruído, vivo a vida santa e fiz o que tinha que ser feito. Não há mais nascimentos para mim”.
“O que você pensa, Anuradha, você considera a forma como um Tathagata?”
“Não, Senhor”.
“Ó Anuradha, qual é sua visão, você vê um Tathagata na forma?”
“Não, Senhor”.
“Você vê um Tathagata separado da forma?”
“Não, Senhor”.
“Você vê um Tathagata nos sentimentos, percepções, tendências formativas e consciência?”
“Não, Senhor”.
“Ó Anuradha, o que você pensa, você considera o que é sem forma, sentimento, percepção, tendências formativas e consciência como um Tathagata?”
“Não, Senhor”.
“Agora, Anuradha, uma vez que um Tathagata não é encontrado nessa própria vida (porque o corpo físico não é Tathagata), é apropriado para você dizer: ‘Este nobre e supremo indicou e explicou estas quatro proposições:
Um Tathagata existe após a morte;
Um Tathagata não existe após a morte;
Um Tathagata existe e ainda não existe após a morte;
Um Tathagata nem existe nem não existe após a morte?’”
“Não, Senhor”.
“Bem e certo, Anuradha. Antes e agora também Eu exponho e indico somente a verdade sobre o Sofrimento e a cessação do Sofrimento” (Anuradha Sutta – Samyutta Nikaya).
O diálogo acima entre o Buddha e Anuradha pode não satisfazer várias pessoas, uma vez que não satisfaz a mente inquiridora daqueles que buscam por respostas de um ponto de vista materialista. A Verdade Absoluta (o Dhamma) é tal que não dá satisfação para a emoção e para o intelecto. A Verdade acontece de ser a coisa mais difícil para as pessoas compreenderem. Ela apenas pode ser totalmente compreendida pelo Insight que transcende a lógica. O Estado de Buddha é a corporificação de todas as grandes virtudes e da suprema iluminação. Esse é o motivo porque o Buddhas que podem iluminar outros são muito raros nesse mundo.
Original: http://noqueosbuddhistasacreditam.wordpress.com/
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"O que quer que vocês pensem, assim vai ser, será sempre algo distinto!” Buda. Buddha, Vipassana, Mindfulness, Budhismo, Budismo, Meditação, Insight, Jhanas, Iluminação, Nirvana, Nibbana, Zen, Tibetano, Terra pura, Theravada, Mahayana, Vajrayana, Nimitta, Abhidhama, Darma, Dama, Siddharta Gautama, Shakyamuni, Renascimento, Kamma, Cinco Obstáculos, Nivarana,Três Jóias, Iddhipada, Cinco Faculdades, Indriya, Bhavana, Samatha, Arahant, Renascimento, Conciência, Mente, Concentração, Virtude.